quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Texto: Vocações

Por Luís Fernando Veríssimo
* Publicado no Jornal do Brasil (Revista Domingo) em 07/12/1997.


Com o fim do ano escolar e a aproximação dos vestibulares, o pensamento dos jovens se vira para assuntos sérios como o futuro enquanto seu corpo tenta convencê-lo a só relaxar e aproveitar as férias. É a velha luta entre neurônios e hormônios chamada adolescência, tornada mais grave pelo calor e a obrigação de decidir o que se vai ser na vida. É quando os jovens precisam pensar na sua vocação.

A vocação envolve questões como genética x cultura, hereditariedade x influência do meio – enfim, esse antigo torneio de teorias que nunca se decide. Por que certas pessoas “dão” para certas coisas e outras não? Mais especificamente, por que eu sou um zero em matemática enquanto tantos à minha volta não só sabem fazer contas como gostam? Meu cérebro já nasceu decidido a rechaçar qualquer tentativa de introduzirem nele a raiz quadrada ou isso foi uma decisão minha que ele acatou? O fato é que há pessoas que querem ser dentistas desde pequenas e outras que não apenas não concebem como alguém possa ter uma vocação assim como têm que se controlar para não morder seu dedo, revoltadas.

Há anos que se discute a divisão entre a cultura científica e a cultura humanística e é quase como se falassem de duas raças humanas diferentes. Os que defendem que a divisão não é genética sustentam que não dá para saber, pelo comportamento da criança até os seus 5 anos, se ela vai ser de uma cultura ou de outra. Se o garoto gosta de abrir a barriga do ursinho tanto pode significar que ele vai ser um cirurgião ou um médica legista quanto que vai ser filósofo e estripador nas horas vagas. O meio é que determina a vocação e o destino. Condicionado pelo meio, o filho de um médica teria naturalmente mais chances de ser um médico também enquanto o filho de um filósofo estripador teria muito mais chances de acabar na cadeia, ou escrever um livro de memórias sensacional. Já outros sustentam que a genética é tudo e que no espermatozóide que fecunda o óvulo já está o contador ou o poeta, o advogado ou o engenheiro, o ator ou (por alguma razão) o dentista. E há os que garantem que o espermatozóide não decide nada, pode chegar no óvulo com os planos que quiser, cheio de ânimo e moral – afinal, derrotou milhões de outros espermatozóides na corrida para ser o primeiro, é natural que se sinta um vencedor e capaz de tudo – pois quem decide mesmo é o óvulo.
– Presidente da República coisa nenhuma. Contrabaixista e numismata.
– Mas, mas... – tenta protestar o espermatozóide.
– Quieto. Lembre-se de que você é o intruso aqui. Eu estou em casa. E na minha casa mando eu!

Seja por influência do meio ou por compulsão genética, o fato é que a partir de uma certa idade nós todos sabemos se queremos abrir barrigas ou não. É verdade que muitas vezes a pessoa chega ao vestibular sem uma idéia muito clara do que vai ser:
– Estou entre Letras, Educação Física e Oceanografia...

Mas o comum é a pessoa saber pelo menos se é da raça científica ou da humanística e depois escolher entre as opções de cada uma. O que não impede os mal-entendidos. Lembro como eu gostava daqueles problemas matemáticos com historinha, tipo "Se um trem sai de uma estação a tal hora viajando a tantos quilômetros por hora e outro sai de outra estação a tantos quilômetros de distância na mesma hora e na mesma velocidade mas o maquinista precisa passar em casa e perde cinco minutos..." ou "Se uma mãe tem três pedaços de laranja para repartir entre cinco filhos..." Cheguei a pensar que meu cérebro gostava de contas e minha vocação era para ciências exatas, até me dar conta de que eu não gostava de matemática. Gostava era das historinhas.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

A escolha da profissão não é coisa só de gente grande! Cabe aos pais auxiliarem seus filhos num momento tão difícil.

No cenário atual, além das mudanças contextuais que afetam o trabalho e a inserção no mercado de trabalho, vive-se um período de expansão e redefinição dos propósitos acerca da escolha profissional. Há, no País cerca de 274 cursos universitários, quase cinco vezes mais do que os 58 cursos que existiam na década de 80. Então o conflito no momento da escolha profissional aumenta diante de tantas opções.
É na faixa etária entre 16 e 18 anos que os estudantes devem decidir qual profissão seguir ao longo de suas vidas e muitos pais e professores são testemunhas do quanto é grande a responsabilidade dessa escolha e quanta crise gera a dúvida ao escolher...
Para que o jovem chegue à faculdade e conclua o curso superior, os investimentos financeiro, emocional e de tempo são altíssimos e muitas vezes esse investimento fica perdido quando a escolha não foi acertada com base em seus valores, aptidões, gostos, visão de mundo, autoconhecimento... O jovem muitas vezes pára o curso no meio do caminho, outros até concluem, mas percebem que não é o que queriam... O investimento foi em vão! Tempo perdido, dinheiro mal investido e desgaste emocional.
Diante deste contexto de incertezas surge a necessidade de uma orientação baseada em desenvolvimento de competências (conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes necessárias para a escolha profissional) e o processo de Coaching proporciona escolhas maduras, focadas no que a pessoa gostaria de fazer e não ser influenciado pelos modismos e influencias do grupo. Uma vez internalizado o processo de Coaching para escolhas o jovem poderá utilizar o recurso em contextos variados ao longo da vida.
“O Programa de Coaching em Orientação Profissional e Vocacional” é composto de três etapas. A primeira proporciona o autoconhecimento no qual o estudante vai pensar a respeito de si mesmo, na segunda etapa, pesquisa-se as áreas de maior aptidão e interesse, apresentando as possibilidades futuras. A partir daí efetiva-se o plano de ação estruturado na pesquisa de informações profissionais e no planejando da futura carreira, desenvolvendo consciência e responsabilidade sobre as escolhas.
A Clínica de Psicologia e Coaching oferece o Programa de Coaching para Orientação Profissional e Vocacional durante todo o ano, inclusive durante as férias escolares. Os pais e seus filhos são sempre bem vindos para maiores esclarecimentos sobre o programa. O processo abrange a faixa etária de 14 a 25 anos. Pode ser iniciado a partir da 8ª série do Ensino Fundamental.

Ou isto ou aquilo

Ou se tem chuva e não se tem sol
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo em dois lugares!

Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo . . .
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranqüilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.

Cecília Meireles


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